28
set
13

A CORAGEM

A coragem

Outro dia uma grande amiga, sem querer, me levou a uma reflexão. “Meu Deus, que coragem a sua de escrever o que pensa sobre as coisas que acontecem na cidade”. Na hora levei um susto e  depois achei que deveria rever os meus conceitos. Fui  pesquisar o verbete coragem. Descobri que Aristóteles já afirmara que “a coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras” e Platão a correlacionava com razão e dor …”é ser coerente com seus princípios a despeito do prazer e da dor”. Mas também descobri alguns sinônimos perigosos como afoiteza, atrevimento, ousadia, temeridade. E é exatamente aí que se encaixa o comentário da minha amiga…o atrevimento e ousadia de escrever o que penso.

Os seres humanos são diferentes dos animais irracionais e tem uma alma, ego e mente muito influente em suas atitudes, variando de uns para outros de acordo com a sua educação, seu convívio social e suas frustrações. É verdade, escrever ou dizer o que se pensa – mesmo tentando não ofender ou magoar pessoas, apenas comentando as responsabilidades das funções públicas – provoca dor. Nas pessoas que se sentem atingidas e em quem escreve. Aquelas assumem defesas, doem-se por algo involuntário. Aos outros provoca exclusão, afastamento, ciúme e inveja. Sentimentos que provocam dor.

Tudo isso tem a ver com transparência. Ser transparente é muito mais do que ser sincero, não enganar os outros. É ter coragem de se expor, de falar o que sente, mesmo sendo  segregado.  É desnudar a alma e a mente, tentando algo mais do que a razão.

 A maioria das pessoas decide não correr esses riscos. Nem apoiar publicamente quem os corre!

Dedico esta breve reflexão aos nossos vereadores, deputados  estaduais e federais, ao nosso prefeito e governador e a excelentíssima Presidente da República. A todos os líderes sindicais, patronais e de empregados. Aos líderes empresariais e comunitários  que  dependem de favores e trocas. Ao nosso bravo Ministério Público, estadual e federal. Aos líderes ambientais e às organizações não governamentais, nem sempre preocupados com o coletivo. Aos nossos juízes e tribunais,  mas principalmente à população que tem coragem de protestar e contribuir,  especialmente quando não usam máscaras e pseudônimos!

28
set
13

Esperança no futuro

Esperança no futuro

22.8.2013

28
set
13

Bom-senso e objetividade

Bom-senso e objetividade

Jornal de Santa Catarina. – 10.7.2013

28
set
13

Cadê as obras do BID?

Cadê as obras do BID?

28
set
13

A questão técnica

A questão técnica

Jornal de Santa Catarina – 29.5.2013

28
set
13

O plano diretor a perigo

O plano diretor a perigo

Jornal de Santa Catarina – 9.4.2013

23
mar
13

DEZ RAZÕES CONTRA A PONTE NA RUA ALWIN SCHRADER

DEZ MOTIVOS CONTRA A NOVA PONTE

Permito-me expor dez motivos contrários à mudança da posição da ponte central em Blumenau, da Rua Chile para a Alameda Duque de Caxias/ Alwin Schrader/ Itajaí, para  reflexão:

  1. Desrespeito aos princípios elementares do planejamento urbano em Blumenau – os anéis viários.
  2. Conflito de mobilidade imprevisível  em plena área central, transferindo o anel perimetral para o centro.
  3. Conflito direto com a paisagem urbana e o Patrimônio Histórico – Scharfe Ecke (Ponta Aguda).
  4. Atraso de décadas na ligação Velha – Garcia, parte do Anel Perimetral, fundamental para garantir o futuro da cidade.
  5. Inviabilização do desenvolvimento do plano de turismo da área central, que incorpora o Morro do Aipim – Frohsinn, ao Circuito Ciliar entre a projetada passarela e a Ponte de Ferro.
  6. Desestímulo à  mobilidade central de pedestres e ciclistas – acesso a três hospitais, teatro, três colégios, igrejas, shopping e serviços, além de lazer, sem automóvel.
  7. Desrespeito aos arquitetos e a uma entidade profissional (IAB)  que coordenou uma licitação nacional e escolheu um excepcional projeto de ponte e passarela.
  8. Desrespeito aos urbanistas, inclusive  especialistas com experiência internacional, que participaram de vários seminários públicos de reavaliação do Plano Diretor.
  9. Desrespeito aos cidadãos blumenauenses que participaram destes seminários, dos conselhos de planejamento urbano e à própria Secretaria de Planejamento e seus urbanistas.
  10. Desrespeito aos cidadãos que conseguem ter visão desinteressada do futuro de Blumenau, pois prevalece  o “pensar pequeno”  ao confundir “custo de obra” com “investimento urbano”. O desenvolvimento urbano não se mede pelo custo, mas pelo resultado.

Senhor Prefeito, decida de acordo com o que dizia na campanha, quando nos encantou prometendo renovação política. Planejamento urbano exige  visão a longo prazo e compromisso – apenas – com o futuro. Não paralise um processo maturado há uma década. 

Como disse Isaac Newton,”se conseguí enxergar mais longe, é porque procurei ver acima dos ombros dos gigantes”. Ou Lucius Cary Falkland, “quando não é necessário mudar, é necessário não mudar”.

Dez motivos 19.2.2013

23
mar
13

A PONTE E O SONHO

“Estamos em 2020 … Após algumas gestões públicas de sucesso e tendo à frente uma nova geração de líderes, Blumenau vive um novo tempo, fruto da parceria entre o poder público e o privado, com grandes investimentos executados em função de um amplo e inteligente planejamento. A cidade não cresceu muito no seu volume populacional, porém, recuperou o seu poder. Houve uma melhora urbana sensível. Duplicamos os principais acessos à cidade, construímos uma nova Avenida Beira-Rio, que vai da Ponte dos Arcos até a Prainha, e também uma nova ponte sobre o Itajaí-Açu. Saíram do papel todos os projetos de vias interligando bairros, como o acesso Velha/Garcia, a Rua Ingo Hering, a ponte do Badenfurt, etc. E, finalmente, temos uma ciclovia maravilhosa e segura servindo os bairros e o centro. Voltamos a andar de bicicleta…

Finalmente, Blumenau com toda essa beleza proporcionada por sua geografia generosa, e habitada por gente com mania de ordem e limpeza – sempre mereceu estar de bem com a vida, como agora..”.

(trechos de texto antigo baseado nas cartas escritas pela historiadora Sueli Petry, pelo empresário Ronaldo Baumgarten e pelo publicitário Cao Hering, que contextualizaram a cidade de Blumenau em 2020)

 

A ponte e o sonho

Alfredo Lindner jr. – arquiteto, urbanista e Conselheiro da Acib 2007-13

 

Ela talvez faça história, mas acabará com o sonho. A  ideia de transformar a ponte urbana em uma ponte inter-bairros acabará com o Patrimônio Histórico. A razão ouvimos em reunião para dezenas de pessoas ligadas ao assunto, há alguns dias na Prefeitura. Nos anos de 2002 e 2003 o então prefeito e a sua equipe planejaram uma ponte “urbana” concebida com o objetivo de conciliar a cidade do automóvel às necessidades, aspirações e perspectivas humanas, dentro de uma visão global e integrada dos problemas de mobilidade. Agora se afirma que é necessária uma ponte inter-bairros, sepultando definitivamente a ligação Velha-Garcia, fundamental no planejado Anel Perimetral. Chegam a dizer que a ponte criará o “novo” Anel Perimetral, o que, perdoem a expressão e a franqueza, é o conceito mais incompreensível que ouvi na minha vida profissional, um anel “perimetral” passar pelo centro.

Frustrado com o que vi e ouvi, arrisco-me a dizer que o planejamento urbano de Blumenau está próximo a um erro histórico irreparável!

23
mar
13

A PONTE POLÍTICA

A PONTE POLÍTICA

Como diria o Walther Ostermann, acho que enterraram mais uma caveira de burro. É impressionante como os blumenauenses legítimos – não importa a geração – conseguem dificultar as coisas mais simples. Senão vejamos.

Há dez anos o atual secretário de Planejamento era o presidente do IPPUB – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano – na gestão do prefeito Décio Lima.  Nós conselheiros discutimos  todas as opções apresentadas para a localização da nova ponte do centro, inclusive a opção da Rua Alwin Schrader. Foi aprovada a ponte na Rua Chile e até avaliamos um anteprojeto da Prefeitura e o seu custo.

Em “Sobre as novas pontes” publicado no Santa em 9 de maio de 2012 – dia em que o COPLAN aprovou pela segunda vez a ponte na Rua Chile,  eu falava em “oportunidades anteriores desperdiçadas por interesses corporativos ou políticos”. Felizmente prevaleceu o bom senso e o local foi referendado. Depois foi  realizado com sucesso um concurso nacional de arquitetura e contratados por um milhão de reais os projetos executivos. Fiquei eufórico quando o prefeito João Paulo conseguiu aprovar a verba no BID para construir as duas pontes.

Iniciadas as obras de urbanização da margem esquerda, devolvendo uma área pública ao convívio social, ao lazer e à contemplação com a criação de um circuito ciliar de 5 mil metros em pleno centro urbano, Histórico e paisagístico da cidade para caminhadas e passeios ciclísticos, fui tomado de uma satisfação incomensurável, pois imaginava o que seria uma referencia nacional em termos de urbanização central. Sem dúvida seríamos uma atração turística única e exclusiva, sem similar, trazendo desenvolvimento econômico a todos.

Mas veio a eleição e os marqueteiros e as pesquisas precisam de discussões e referencias, que foram criadas e bem aproveitadas pelo candidato vitorioso, pois conseguiram transformar a ponte do “centro” literalmente numa ponte para atender unicamente ao bairro do Garcia. Apesar da única solução do Garcia ser a ligação Velha-Garcia, parte do Anel Perimetral iniciado com a Ponte do Badenfurt e que terá sequencia imediata agora com as obras do  prolongamento da Rua Humberto de Campos.

A ponte da Rua Chile jamais pretendeu facilitar o acesso ao Garcia ou vice-versa. Ela pretende – ao menos eu sempre entendi assim desde que ajudei a aprová-la no governo Décio Lima – que melhoraria (e muito) a mobilidade no centro da cidade. Na minha modesta opinião tudo o que se faz agora é procurar justificativas ou argumentos populares para projetos erroneamente criados para sucesso em campanha política, como eu já havia previsto durante a campanha.

23
mar
13

NOVOS VELHOS SECRETÁRIOS

27.12.2012 = Novos velhos secretários




Perfil do autor

Arquiteto e Urbanista graduado no Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Paraná em 1970, quando ainda não existia a Arquitetura na Federal de Santa Catarina. Em 1971 trabalhei em São Paulo e exerço a profissão desde 1972 em Blumenau, inicialmente como autônomo. Entre 1974 e 1990 como sócio da Lindner Herwig Shimizu Arquitetos e atualmente como sócio-diretor da A + C Arquitetura. Gosto da boa arquitetura e me preocupo com a questão urbana e com o desenvolvimento social e econômico da cidade de Blumenau e do Vale do Itajaí nas próximas décadas, sem perder a sua identidade paisagística e cultural e os valores morais e éticos.
O meu grande desafio como arquiteto é viabilizar a edificação dos projetos para que estes não se transformem em meras idéias de arquitetura.

Data dos posts

maio 2024
S T Q Q S S D
 12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031  

Blog Stats

  • 19.286 hits