A PONTE POLÍTICA
Como diria o Walther Ostermann, acho que enterraram mais uma caveira de burro. É impressionante como os blumenauenses legítimos – não importa a geração – conseguem dificultar as coisas mais simples. Senão vejamos.
Há dez anos o atual secretário de Planejamento era o presidente do IPPUB – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano – na gestão do prefeito Décio Lima. Nós conselheiros discutimos todas as opções apresentadas para a localização da nova ponte do centro, inclusive a opção da Rua Alwin Schrader. Foi aprovada a ponte na Rua Chile e até avaliamos um anteprojeto da Prefeitura e o seu custo.
Em “Sobre as novas pontes” publicado no Santa em 9 de maio de 2012 – dia em que o COPLAN aprovou pela segunda vez a ponte na Rua Chile, eu falava em “oportunidades anteriores desperdiçadas por interesses corporativos ou políticos”. Felizmente prevaleceu o bom senso e o local foi referendado. Depois foi realizado com sucesso um concurso nacional de arquitetura e contratados por um milhão de reais os projetos executivos. Fiquei eufórico quando o prefeito João Paulo conseguiu aprovar a verba no BID para construir as duas pontes.
Iniciadas as obras de urbanização da margem esquerda, devolvendo uma área pública ao convívio social, ao lazer e à contemplação com a criação de um circuito ciliar de 5 mil metros em pleno centro urbano, Histórico e paisagístico da cidade para caminhadas e passeios ciclísticos, fui tomado de uma satisfação incomensurável, pois imaginava o que seria uma referencia nacional em termos de urbanização central. Sem dúvida seríamos uma atração turística única e exclusiva, sem similar, trazendo desenvolvimento econômico a todos.
Mas veio a eleição e os marqueteiros e as pesquisas precisam de discussões e referencias, que foram criadas e bem aproveitadas pelo candidato vitorioso, pois conseguiram transformar a ponte do “centro” literalmente numa ponte para atender unicamente ao bairro do Garcia. Apesar da única solução do Garcia ser a ligação Velha-Garcia, parte do Anel Perimetral iniciado com a Ponte do Badenfurt e que terá sequencia imediata agora com as obras do prolongamento da Rua Humberto de Campos.
A ponte da Rua Chile jamais pretendeu facilitar o acesso ao Garcia ou vice-versa. Ela pretende – ao menos eu sempre entendi assim desde que ajudei a aprová-la no governo Décio Lima – que melhoraria (e muito) a mobilidade no centro da cidade. Na minha modesta opinião tudo o que se faz agora é procurar justificativas ou argumentos populares para projetos erroneamente criados para sucesso em campanha política, como eu já havia previsto durante a campanha.
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