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DEZ RAZÕES CONTRA A PONTE NA RUA ALWIN SCHRADER

DEZ MOTIVOS CONTRA A NOVA PONTE

Permito-me expor dez motivos contrários à mudança da posição da ponte central em Blumenau, da Rua Chile para a Alameda Duque de Caxias/ Alwin Schrader/ Itajaí, para  reflexão:

  1. Desrespeito aos princípios elementares do planejamento urbano em Blumenau – os anéis viários.
  2. Conflito de mobilidade imprevisível  em plena área central, transferindo o anel perimetral para o centro.
  3. Conflito direto com a paisagem urbana e o Patrimônio Histórico – Scharfe Ecke (Ponta Aguda).
  4. Atraso de décadas na ligação Velha – Garcia, parte do Anel Perimetral, fundamental para garantir o futuro da cidade.
  5. Inviabilização do desenvolvimento do plano de turismo da área central, que incorpora o Morro do Aipim – Frohsinn, ao Circuito Ciliar entre a projetada passarela e a Ponte de Ferro.
  6. Desestímulo à  mobilidade central de pedestres e ciclistas – acesso a três hospitais, teatro, três colégios, igrejas, shopping e serviços, além de lazer, sem automóvel.
  7. Desrespeito aos arquitetos e a uma entidade profissional (IAB)  que coordenou uma licitação nacional e escolheu um excepcional projeto de ponte e passarela.
  8. Desrespeito aos urbanistas, inclusive  especialistas com experiência internacional, que participaram de vários seminários públicos de reavaliação do Plano Diretor.
  9. Desrespeito aos cidadãos blumenauenses que participaram destes seminários, dos conselhos de planejamento urbano e à própria Secretaria de Planejamento e seus urbanistas.
  10. Desrespeito aos cidadãos que conseguem ter visão desinteressada do futuro de Blumenau, pois prevalece  o “pensar pequeno”  ao confundir “custo de obra” com “investimento urbano”. O desenvolvimento urbano não se mede pelo custo, mas pelo resultado.

Senhor Prefeito, decida de acordo com o que dizia na campanha, quando nos encantou prometendo renovação política. Planejamento urbano exige  visão a longo prazo e compromisso – apenas – com o futuro. Não paralise um processo maturado há uma década. 

Como disse Isaac Newton,”se conseguí enxergar mais longe, é porque procurei ver acima dos ombros dos gigantes”. Ou Lucius Cary Falkland, “quando não é necessário mudar, é necessário não mudar”.

Dez motivos 19.2.2013


3 Respostas to “DEZ RAZÕES CONTRA A PONTE NA RUA ALWIN SCHRADER”


  1. 3 de abril de 2013 às 12:03

    Sr. Alfredo,

    Permito-me expor 10 motivos favoráveis à mudança da posição da ponte central em Blumenau, da Rua Chile para a Alameda Duque de Caxias/Alwin Schrader/Itajaí, para reflexão:

    1. Reforça os anéis viários da cidade, pois elimina o fluxo perpendicular as 3 vias principais do centro.

    2. Retira do centro, o anel perimetral, pois a Rua Chile fica bem no meio da Beira Rio.

    3. Substituirá a aberração da passarela, que seria pouco utilizada, portanto, o dito conflito, já era previsto. Além do mais, pontes costumam ter calçadas anexas, o que pode fazer o mesmo papel da passarela. Porque gastar dinheiro numa ponte só para bicicletas e pedestres?

    4. Irá complementar a futura ligação Velha-Garcia, parte do anel perimetral, fundamental para garantir o futuro da cidade.

    5. O Frohsinn, local com movimento altamente direcionado para um público específico, não atrapalha a nova ponte. Atualmente ele é um imbróglio para a administração pública. Faça saber que se encontra até fechado e entre ter turistas no restaurante ou nós motoristas chegarmos cedo em casa, voto pela segunda opção.

    6. Incentivo à mobilidade central de pedestres e ciclistas, pois diminuirá o trânsito do centro, leia-se Beira-Rio e transversais. Além de manter a mobilidade dos mesmo, já prevista no projeto original.

    7. Mudança de opinião, não significa desrespeito, muito pelo contrário, significa evolução.

    8. Urbanistas competentes, sempre estão abertos a novas discussões. Não existe desrespeito, existe o melhor para a cidade.

    9. Como cidadão, eu não me sinto desrespeitado. Sinto-me prestigiado, pois o governo nos escutou, afinal, foi a pressão popular que fez o prefeito repensar o projeto.

    10. Respeito para com a opinião popular, que pode até não entender de trânsito, mas vive o dia a dia do caos construído pelas pessoas que agora insistem em dizer que tem a solução para resolvê-lo. Se não o fizeram antes, porque fariam agora? Que venham as mudanças.

    Senhor prefeito, decida de acordo com o que dizia na campanha, quando nos encantou prometendo renovação política. Planejamento urbano exige visão em longo prazo e compromisso – apenas – com o futuro. Seja corajoso, e se for para o bem da cidade, altere o projeto o tanto quanto for necessário. O atual projeto, contém 10 anos de atraso na quantidade de carros e prédios.

    Como disse Juscelino Kubitschek: “Costumo voltar atrás, sim. Não tenho compromisso com o erro.”, ou então, como disse Charles Kettering: “O mundo detesta mudanças e, no entanto, é a única coisa que traz progresso.”

    • 6 de julho de 2013 às 14:27

      Sr. Leandro,não pretendo entrar em discussão sem necessidade, mas em relação aos seus argumentos, o senhor está totalmente equivocado em todos os itens referentes ao Anel Perimetral e ligação Velha-Garcia. O Anel Perimetral , do qual a ligação Velha-Garcia faz parte, NÃO passa pela Rua Itajaí e Chile, muito pelo contrario. E a ligação inter-bairros proposta corta os dois anéis, interno e interno, na diagonal…exatamente o que deve ser evitado. Sugiro um olhar atento ao posicionamento oficial do Anel Perimetral no Plano Diretor e não na proposta apresentada no Fórum de janeiro deste ano .

  2. 3 de abril de 2013 às 12:55

    Concordo… Essa ponte no local onde está é apenas mais uma forma de dizer: “o Plano Diretor aprovado (ou não) não serve para nada… Vamos rasgá-lo!”… Infelizmente, teremos a longo prazo, mais um elefante branco na cidade…


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Perfil do autor

Arquiteto e Urbanista graduado no Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Paraná em 1970, quando ainda não existia a Arquitetura na Federal de Santa Catarina. Em 1971 trabalhei em São Paulo e exerço a profissão desde 1972 em Blumenau, inicialmente como autônomo. Entre 1974 e 1990 como sócio da Lindner Herwig Shimizu Arquitetos e atualmente como sócio-diretor da A + C Arquitetura. Gosto da boa arquitetura e me preocupo com a questão urbana e com o desenvolvimento social e econômico da cidade de Blumenau e do Vale do Itajaí nas próximas décadas, sem perder a sua identidade paisagística e cultural e os valores morais e éticos.
O meu grande desafio como arquiteto é viabilizar a edificação dos projetos para que estes não se transformem em meras idéias de arquitetura.

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